Desde que o homem começou a viver em sociedade, surgiu a necessidade de se comunicar. Assim, ele passou a desenvolver ferramentas para o início desse processo.
Fazendo uso de elementos que tinha à sua volta, o homem pôde se comunicar com pessoas de seu próprio povo, e foi evoluindo até se comunicar com povos de outras tribos – a princípio talvez pela necessidade de alertar sobre alguma coisa, por querer compartilhar suas descobertas, ou simplesmente para expressar seus sentimentos e sua cultura.
Esse processo continua em andamento. Seguimos evoluindo os meios de comunicação, partilhando com o mundo nossas ideias e adquirindo conhecimento.
Neste estudo vamos conhecer o início desse processo com o homem primitivo, dividindo esse fenômeno em duas partes: a Pré-História e a História da comunicação, abordando uma multiplicidade de linguagens, como elas podem ser aplicadas, o que é linguagem verbal e não verbal e todos os elementos e signos que fazem parte desse conjunto.
Ao final desta aula, você será capaz de:
Ao longo da história o homem desenvolveu meios para se comunicar por meio de sinais, desenhos e gestos. A princípio, a necessidade era de se comunicar com aqueles de sua tribo; com o tempo, o homem alcançou formas mais evoluídas e conseguiu se comunicar com tribos diferentes.
Os primeiros registros de comunicações escritas são desenhos do povo sumério deixados nas cavernas 8 mil anos a.C. O povo sumério, apontado como uma das civilizações mais antigas do mundo, vivia na Mesopotâmia, e foi o primeiro a usar o sistema pictográfico. Os egípcios, mais ou menos em 3000 a.C., também faziam uso desse tipo de escrita: eles criaram os hieróglifos, ou escrita sagrada, como era chamada pelos gregos.
A comunicação humana teve gigante evolução com o desenvolvimento da tipografia (arte de imprimir) e a prensa de tipos móveis em 1445 pelo alemão Johannes Gutenberg. Naquela época, todos os livros eram escritos à mão. Essa invenção permitiu a multiplicação dos exemplares e também a redução dos custos da impressão de livros. O primeiro livro a ser impresso pela invenção de Gutenberg foi a Bíblia Sagrada, dando início à comunicação social.
Na prensa de tipo móveis, a primeira página impressa é analisada e, depois de aprovada, outras cópias são reproduzidas. Na sequência, os caracteres da forma são reorganizados para impressão das demais páginas da obra.
Com o desenvolvimento tecnológico, os meios de comunicação foram se tornando artifícios eficientes, contribuindo com o processo de transmissão de informações.
Na sequência veio o telégrafo, que revolucionou a comunicação a distância, sendo considerado um dos primeiros sistemas da comunicação moderna.
Esse era o começo de uma série de novos inventos, como telefone, rádio, televisão, celular, internet, entre tantos outros que permitem troca de informações, diálogos e comunicação com o mundo todo.
Com o avanço da internet, sua facilidade e rapidez de acesso, hoje é possível realizar cursos a distância; também é possível realizar transações econômicas, negócios financeiros, comprar, vender, fazer cotações, atividades bancárias... Enfim, são inúmeras as possibilidades de comunicação.
Os indivíduos podem fazer uso dessas tecnologias com o intuito de qualificar o processo de comunicação e de usufruir de um aprendizado instrucional com grande flexibilidade.
A linguagem é um sistema de sinais organizado que permite a comunicação entre os indivíduos. O ser humano tem necessidade de interagir com essa pluralidade, de compreender o mundo que o cerca e de comunicar suas ideias, pensamentos e sentimentos seja pela fala, pela escrita ou por qualquer outro signo. A princípio, vamos entender como funciona essa ciência linguística; depois, veremos os meios de aplicação.
Quando falamos em linguagem e comunicação, pensamos habitualmente em linguagem verbal e linguagem escrita, ou seja, a capacidade humana ligada ao pensamento que se concretiza numa determinada língua e se define por palavras.
Torquato (1986) afirma que a comunicação acontece em três direções: ascendente (vertical), descendente (vertical) e horizontal, e o compartilhamento de informações, ocorre entre a organização e seu pessoal:
A comunicação organizacional atual, que está inserida num cenário onde é crescente a interdependência da economia mundial, deve promover a união de duas propostas que historicamente sempre estiveram separadas: a comunicação com fins mercadológicos e a comunicação com fins institucionais. (TORQUATO, 1986, p. 68)
A linguagem verbal é um privilégio exclusivo dos humanos e é um grande componente do processo educativo; ela merece atenção, pois promove diferentes formas de interação.
Além da linguagem oral e da linguagem escrita, podemos destacar muitas outras linguagens das quais fazemos uso com frequência para interagir, entender, expressar: nós a chamamos de linguagem não verbal, considerada em muitas abordagens linguísticas. Diversos estudos sobre comunicação não desprezam o importante caminho traçado pelas variadas linguagens e códigos não verbais, assessores da compreensão e da interpretação da atuação linguístico-comunicativa dos humanos.
A Língua Brasileira de Sinais (libras) é utilizada por surdos para a comunicação entre eles e com os ouvintes. Para melhor aplicação dessa realidade, é interessante que essa linguagem seja conhecida e praticada para que todos a entendam e sejam entendidos.
Entre as linguagens não verbais, instrumento de estudo da linguística moderna junto à linguagem verbal, ressaltamos a comunicação visual presente na fotografia, no cinema, na pintura, na dança (visual e corporal), entre muitas outras, além das imagens utilizadas na comunicação cotidiana: outdoor, sinais de trânsito, placas indicativas de lugares (restaurantes, telefones, banheiro, postos de combustíveis) e de atividades (proibições de fumar, de usar buzina, controle de velocidade etc).
Já parou para observar a importância dos signos na vida das pessoas e na cultura dos povos? Trata-se de uma linguagem cifrada que pode ser compreendida por crianças, e mesmo por pessoas analfabetas.
Outro tipo de comunicação não verbal são os códigos sonoros, também usados no trânsito, atuando na indicação de atividades de mérito privilegiadas (sons de sirenes dos carros de polícia, bombeiros, ambulância) que se comunicam com as pessoas em suas operações.
Podemos incluir ainda um tipo de linguagem não verbal que tem apresentado destaque no cenário científico e que se acredita, com base em algumas pesquisas científicas, que teria dado origem à linguagem humana: trata-se dos gestos. A linguagem gestual marca presença mesmo quando a comunicação verbal é recomendada, e atua como auxiliar na identificação de desejos e intenções muitas vezes não expressos linguisticamente. Mesmo tendo importância, os gestos não são discretos como a linguagem humana (no sentido de que seus elementos não formam uma sequência finita combinável para produzir enunciados ilimitados). Os gestos se diferenciam de cultura para cultura; apesar de sua facilidade de decodificação, não possuem significados universais nem reconhecíveis em diversas culturas.
O ser humano se comunica com o mundo à sua volta de modo efetivo, manifestando pensamentos, influenciando pessoas, expressando sentimentos.
Tanto a linguagem verbal quanto as linguagens não verbais manifestam em alto grau os sentidos; para isso, fazem uso dos signos. Na linguagem verbal os signos são compostos pelos sons da língua; nas linguagens não verbais organizam-se em signos diferentes, como cor, sonoridades, formas, entre outros.
Em todo tipo de linguagem os signos exercem combinações entre si, respeitando mecanismos de organização que auxiliam nesse processo.
Podemos observar que a linguagem verbal organiza signos e sons de maneira clara, num ritmo contínuo em que não se sobrepõem, ou seja, obedecem a uma ordem e a um espaço de tempo para a fala, ou entre uma palavra e outra na linha da escrita. Para compreender esses signos precisamos respeitar essa ordem muito simples. Se tomarmos um texto ou partes de uma fala sem respeitar essa ordem, ou seja, com palavras ou sons (signos) fora de contexto, o receptor não consegue assimilar a informação ou levará algum tempo para formular uma ideia, um entendimento.
Na linguagem não verbal temos o oposto: vários signos atuam em conjunto no mesmo espaço, um seguido do outro, sobrepostos, mas em harmonia com o entendimento do observador, como no caso de uma pintura, em que várias figuras (signos) sobrepõem-se no mesmo campo. Quando observamos um quadro de maneira imediata, captamos a totalidade dos elementos e, depois, num processo de análise, vamos separando a composição. Citemos como exemplo um quadro com uma paisagem: quando olhamos o conjunto de signos sobrepostos, entendemos que a mensagem é de uma paisagem e, depois, minuciosamente, vamos separando os elementos, como céu, pássaros, árvores, mar, prédios, e assim por diante.
Existem inúmeras formas de comunicação. Podemos nos comunicar pela forma escrita, pelo telefone, por gestos, por e-mail, computadores, televisão... Enfim, temos uma variedade de opções. Toda comunicação busca o objetivo de informar, de transmitir uma mensagem, e isso se estabelece por um conjunto de elementos como podemos ver no esquema 3.1.
A comunicação é um processo que envolve a troca de informações entre dois ou mais interlocutores por meio de signos e regras semióticas de maneira mútua e entendível.
Para que o processo comunicativo aconteça (lembrando que comunicação é uma forma de compreensão entre os seres, caso contrário será apenas uma recepção: o indivíduo recebe, mas não consegue entender a mensagem), emissor e receptor precisam ter conexão com os signos utilizados.
A comunicação não se realiza quando:
a) a mensagem é recebida e não existe compreensão: emissor e receptor não têm conhecimento dos mesmos signos. Exemplo: dois indivíduos que falam línguas totalmente diferentes e um não sabe o idioma do outro (signos desconhecidos).
Toda ideia a ser comunicada tem suas particularidades, que podem ser determinantes para a escolha do conteúdo da mensagem, o código, o tratamento da mensagem, as preferências do próprio emissor, o objetivo do emissor, o impacto que se deseja atingir e as quantidades de verba disponíveis para tal ação, [que] influenciam na escolha dos canais de comunicação. (BERLO, 1999, p. 67-68)
b) a comunicação é restrita: a mensagem é recebida e o receptor compreende partes do conteúdo da mensagem; os indivíduos têm poucos signos em comum. Exemplo: diálogo entre um indivíduo que fala certo idioma com outro que estuda a mesma língua há pouco tempo.
c) a comunicação é mais ampla: o receptor não tem a mesma inteligibilidade dos signos do emissor; ele consegue entender algumas partes, mas outras ficarão sem compreensão. Exemplo: uma palestra feita por determinado profissional que utiliza de muitos termos técnicos e científicos para um grupo de estudantes que ainda está iniciando a carreira na área.
“Decodificação é o processo no qual as mensagens são interpretadas pelo receptor. Por ser dinâmico o processo de comunicação, ora o emissor exerce o papel de receptor, e ora o receptor exerce o papel de emissor. Da mesma forma, a mesma pessoa pode desempenhar mais de um conjunto de comportamentos, ou seja, o emissor pode ser o codificador e o decodificador.” (BERLO, 1999, p. 38-55)
d) a comunicação é perfeita: o receptor recebe a mensagem e compreende seu conteúdo, pois conhece os signos emitidos pelo emissor. Ambos possuem repertórios parecidos. Exemplo: diálogo entre um advogado e um juiz durante uma audiência.
a) Comunicação unilateral: a mensagem é emitida de um emissor para um receptor sem que haja correspondência mútua. Podemos citar o exemplo de um jornalista que transfere uma mensagem para a câmera de televisão e não recebe resposta.
b) Comunicação bilateral: o emissor e o receptor revezam seus papéis. Podemos citar como exemplo a troca de mensagens.
Toda a comunicação humana tem alguma fonte - um emissor - e esta possui um objetivo, uma razão para empenhar-se em comunicação. Estabelecida uma origem, com ideias, necessidades, intenções, informações e um objetivo a comunicar, torna-se necessário que o objetivo da fonte seja expresso em forma de mensagem. (BERLO, 1999, p. 30)
Hoje existem muitas maneiras de nos comunicarmos, seja pela linguagem verbal, seja pela não verbal. Evoluímos muito! Com tantas ferramentas e estudos, é possível falar outros idiomas, comunicar-se por meio do braile e das libras etc. O mundo avança rapidamente para que todas as pessoas possam interagir, dialogar, promovendo a inclusão.
Toda essa evolução não teria acontecido se nossos ancestrais há milhares de anos não tivessem buscado, pela necessidade, meios de se comunicar, de entender e de se fazer entender. Quando o homem escrevia nas paredes das cavernas, dava início a uma progressão sucessiva na história da humanidade e de sua comunicação com o mundo. Hoje podemos escrever em tablets, computadores e smartphones de última geração.
A linguagem é um instrumento da comunicação que permite a interação do homem com o mundo. Para que haja esse entendimento, existem muitas formas de linguagem, cada uma com sua importância, ou até mesmo uma complementando a outra.
Nesta aula apresentamos inúmeras formas de comunicação por meio das linguagens verbais e não verbais, a evolução do homem nesse processo de interação, o surgimento das primeiras formas de comunicação e como, por meio desse processo, aconteceu a evolução da comunicação entre os indivíduos e o mundo, abordando o desencadeamento dos meios de comunicação das paredes das cavernas à instantânea interação com o mundo por rádio, televisão, internet e outros componentes.
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