Inicialmente, é preciso saber como é o funcionamento da luz para podermos perceber suas gradações e, portanto, desenhá-la. Segundo Edwards (2003), a luz emitida de qualquer origem viaja em ondas de partículas.
Um objeto quando observado, na realidade o que está sendo visto é a luz refletida do objeto em nossos olhos. O preto é a ausência de luz, e é impossível “ver” preto. Muitas vezes, acreditamos estar vendo o preto, quando, de fato, estamos vendo uma área muito escura de sombra.
É necessário saber identificar que tipo de luz incide sobre o objeto, a fim de percebermos seu volume e sua textura, de acordo com o grau de intensidade da luz.
Ao final desta aula, você será capaz de:
Por se tratarem de elementos da linguagem visual, a luz e a sombra podem ser utilizadas para criar no desenho, na pintura e na escultura efeitos de grande valor estético. Esses valores vão desde a profundidade até a iluminação de uma área específica do objeto que queira evidenciar (BIRCH, 2015).
Segundo Roig (2014), o realismo ao desenho pode ser dado pelo desenhista por meio do estudo da lua e da sombra.
Muito utilizadas como efeitos de profundidade, valorização e dilatação dos espaços, bem como profundidade e destaque da parte mais iluminada, a luz e a sombra, dentro da linguagem visual, são elementos fundamentais na criação de obras de arte como pintura, escultura e desenhos. Em tais obras, esses elementos ainda são utilizados na variação do significado das imagens e efeitos dramáticos, irônicos, grotescos e poéticos.
“A aplicação de luz e sombra altera completamente o desenho, gerando reações volumétricas e resultando em tridimensionalidade. Sempre devemos pensar que, por mais escuras que possam parecer algumas sombras, não é aconselhável tentar representar em toda sua essência”.
Fonte: Roing (2014, p. 150).
Em todos os objetos tridimensionais, a luz é refletida, e ela sempre estará presente (BIRCH, 2015). Porém, é difícil de ser visualizada devido à sua sutileza ou errada interpretação.
Quando olhamos para um objeto, o que vemos, na realidade, é a luz refletida do objeto para os olhos. O preto é a ausência de luz; é impossível “ver” preto. Muitas vezes, acreditamos estar vendo o preto, quando, de fato, estamos vendo uma área muito escura de sombra. Portanto, quanto mais distante o objeto estiver do ponto de luz, mais escura será essa zona sombreada.
Ao desenvolver um desenho, de qualquer objeto, antes de mais nada é necessário observá-lo como um conjunto de manchas, mais ou menos intensas, de acordo com o ponto de incidência de luz sobre as diferentes zonas sombreadas (ROIG, 2014). A fidelização do que está sendo visto com o que está sendo desenhado não é obtida por meio de contrastes duros, e sim sutis entre as zonas de luz e sombra. Roing (2014) reforça que a suavidade das transições acontece por meio de valores progressivos entre um sombreamento e outro.
Podemos dizer que a luz é o instrumento que estabelece a visão como meio de comunicação do homem com seu entorno, além de ser um elemento importante da física. Para a teoria da relatividade, a luz possui a maior velocidade que um corpo pode atingir no universo (EDWARDS, 2003).
Em boa parte, podemos dizer que a luz é responsável pela vida no planeta Terra. Por meio da luz e do calor, foi possível o desenvolvimento da vida, sendo o sol nossa principal fonte de luz.
O olho é o órgão fisiológico que nos permite experimentar as sensações de cor e de luz, que recebe a energia luminosa e transforma em estímulo nervoso. Esse estímulo é conduzido ao cérebro através do nervo óptico. A amplitude do campo visual é de 160º a 180º na horizontal e 110º a 130º na vertical, e essa é a região do espaço que pode ser vista sem que seja preciso mover os olhos ou a cabeça.
“A luz é uma energia em forma de ondas eletromagnética que exercita o sistema ocular cerebral e produz a sensação visual. Com a luz, temos o jogo das cores, sombras, contrastes que são fatores importantes para o conjunto de informações que captamos como forma de linguagem visual”.
Fonte: Roing (2014, p. 150).
“O resto da minha vida vou passar pensando sobre o que é a luz” (Albert Einstein).
Como já falamos, a luz e a sombra são os elementos básicos para produzir o efeito de volume nos objetos, mas, para isso, é preciso ter o aprendizado e o treinamento do olhar para identificar certas coisas concretas em um modelo (ROIG, 2014). Através de uma iluminação adequada, podemos identificar todos os elementos, organizados em uma composição, definindo detalhes de forma e também de cor.
“Os modelos iluminados com uma fonte de luz artificial, é importante estudar o caminho percorrido pela luz, tentando localizar as zonas de mais sombra e de maior exposição à luz”.
Fonte: Roig (2014, p. 148).
O estudo observa que o caminho percorrido pela luz ao incidir sobre o objeto localizará as zonas mais sombrias e as que sofrem maior luminosidade (com os pontos máximos de luz). Somente não terão sombra os objetos considerados transparentes.
A incidência de um foco luminoso sobre um objeto gera no objeto uma área iluminada e a outra sombreada. Os raios de luz – seja ela natural, seja artificial – projetados sobre o objeto geram uma sombra de si sobre o chão ou sobre objetos próximos a ele.
Edwards (2003) define sombra como a parte do objeto ou modelo privada de luz, ou seja, quando um objeto é banhado por um foco luminoso.
Podemos definir dois tipos de sombras: as próprias e as projetadas.
A distinção do volume dos objetos que nos rodeiam se dá pelo conjunto formado pelos aspectos de sua própria forma. O volume de um objeto define-se corretamente através das intensidades e valorização de contrastes de sua sombra.
O volume é em conjunto com a forma, outro dos aspectos que distingue os objetos que nos rodeiam. Esse depende da luz que recebe, e por consequência das sombras que esse produz. A definição correta do volume de um objeto se consegue por meio da valorização exata das intensidades das suas sombras.
“A figura é o contorno identificável de um formato ou forma. O formato pode referir-se tanto ao contorno característico de uma figura quanto à característica da superfície de uma forma”.
Fonte: Ching (2010, p. 66).
Rodin foi um estudioso das sombras, e suas esculturas revelam, por meio das sombras, detalhes, traços morfológicos, identidade e expressão.
Na famosa escultura “O Pensador”, é fácil perceber como as luzes e as sombras destacam os volumes e revelam detalhes sob a incidência de diferentes focos de luz.
“Os desenhos não são feitos com contornos e sim trabalhados exclusivamente em função da graduação da luz e sombra”.
Fonte: Roig (2014, p. 144).
Por meio das técnicas tonais mais utilizadas para desenvolvimento de sombras em desenhos, como visto, muitas derivações e considerações podem ser feitas. É importante entender esses conceitos, principalmente no que concerne à comunicação visual e meios de expressão.
Pudemos nesta aula entender como as luzes atuam nas superfícies dos objetos, onde essa é a principal fonte de informação para se classificar melhor o volume a ser desenhado. Essas informações serão primordiais para o desenvolvimento das sombras, em que deverá se entender o comportamento dos mais diversos materiais empregados, sejam eles considerados naturais ou não.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
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