Como visto, convivemos, de forma geral, com luzes e sombras de diferentes intensidades e posições que encobrem nossos corpos. Diante das inúmeras possibilidades de nuances de cores e tons acinzentados, conseguimos visualizar e identificar volumes, cavidades e superfícies das mais variadas texturas.
Algumas classificações podem ser difundidas, pois há casos em que se utilizam efeitos volumétricos, que interferem na nossa realidade, que pode ser visual, intelectual ou psicológica.
Portanto, é de extrema importância compreender como pode ser realizada da melhor forma essa classificação, para que seja entendida a volumetria final dos objetos, com todas as suas características.
Ao final desta aula, você será capaz de:
Ao desenvolvermos um desenho de um objeto que apresente um volume, faz-se necessário observar o conjunto de manchas presente em sua superfície, e essas podem ser de maior e menor intensidade. Elas correspondem à posição de incidência nas diferentes faces do objeto. O estabelecimento das graduações do sombreamento é feito por valores tonais constituídos pela distribuição das luzes, sejam elas natural ou artificial, de tal maneira que a modelagem planificada de nosso modelo possa ser representada tridimensionalmente.
A cor no processo da linguagem visual é fundamental, principalmente no que diz respeito à emoção, sendo assim considerada a parte mais emotiva do processo visual.
Fonte: Filho (2009).
Ao observarmos a natureza das coisas, a luz nos permite perceber pelos nossos sentidos os efeitos cromáticos, por meio de comparações, entre eles o contraste. Os contrastes são diferenças ou intervalos sensíveis entre os efeitos de cores, e esses podem ser considerados contrastes de oposição ou polares, quando atingem seu valor tonal máximo de diferença entre as cores.
As cores exercem influências sobre outras ao serem percebidas. Essas influências são de grande relevância quando tratadas no campo fisiológico das sensações cromáticas, ocasionando problemas de relações entre elas (HELLER, 2013).
É o contraste mais simples, pois está ligado a maior ou menor quantidade de luz em relação à cor pura, por isso não exige da visão grandes esforços para sua distinção.
Seu poder expressionista diminui à medida que se afasta das três cores primárias utilizadas. O contraste fica mais evidente quando é proporcionado sem escalas intermediárias, ou ainda quando são separadas por branco e preto. Segundo Heller (2013), é necessário ter a precaução de prevalecer apenas uma cor como dominante (em extensão, intensidade ou saturação), atenuando as outras com branco ou preto ou em menor extensão espacial.
Com a adição de preto à determinada matiz, essa cor se torna mais escura, e, para a obtenção de cores mais claras, a adição de branco se faz necessária. Essas graduações entre claro e escuro são chamadas de escalas tonais.
O claro e o escuro são contrastes polares, e seus valores dependem e se modificam de acordo com a intensidade de luz. Sua importância é fundamental para a vida da humanidade e de toda a natureza.
O valor é o grau no qual uma cor aparenta refletir mais ou menos a luz incidente e que corresponde à claridade da cor percebida.
Fonte: Ching (2010).
Suas graduações de cinza são sensíveis ao olho, de acordo com a acuidade de cada indivíduo.
Esse tipo de contraste sugere polaridade, ou seja, proximidade e afastamento. Os contrastes entre cores quentes e frias se dão entre as radiações emitidas pelo espectro de cor vermelha que tem efeitos térmicos e o de radiações azuis que têm efeitos frios.
No cÍrculo cromático, o laranja e o cian são cores opostas e constituem uma polaridade termocromática. Esse efeito é ocasionado pela diferença de planos, sem que haja a necessidade da utilização da perspectiva (HELLER, 2013).
O efeito das cores complementares e sua realidade são idênticas. Sua oposição dentro do círculo cromático é estático e sólido, ocasionando um choque, um impacto visual imediato. Utilizadas em proporções corretas, essas cores resultam em uma composição cromática equilibrada, vibrante, divertida e, ao mesmo tempo intensa, conservando sua luminosidade sem modificações.
Esse contraste é produzido por outro tom ao se justapor, ocasionando uma combinação recíproca entre as cores. A cor saturada pela proximidade ocasiona um contraste virtual simultâneo no tom acinzentado.
Um cinzento ficará com tons de laranja se estiver em justaposição com um azul vivo, já que o laranja é a cor complementar do azul.
O grau de qualidade das cores se dá pelo valor de saturação, ou seja, sua qualidade é oposta as cores ternas e sem brilho. Cores dessaturadas, atenuadas com toques de cinza, são opostas às cores puras e luminosas, consideradas fortemente saturadas, obtidas da refração da luz do prisma de Newton.
Goethe (2009), em sua Teoria das cores, não se ocupa da quantificação, e seu enfoque fenomenológico prioriza o elemento qualitativo. Cada superfície colorida tem um impacto direto em toda a composição. Quanto mais saturado é o tom, maior seu impacto.
Segundo ele, as cores escuras devem ocupar menos espaços. A harmonização está entre a ligação da grandeza ou da quantidade de duas ou mais cores, por exemplo: a oposição entre o pequeno e o grande, entre três paredes brancas e uma parede colorida (GOETHE, 2009).
Goethe é o autor mais conhecido quando o assunto é visual ou cores. A reflexão sobre a luz é pertinente devido a sua intensidade, qualidade e quantidade. A expressão "mais luz!" exclama a necessidade dessa de acordo com o contraste e a função exigida da cor.
Fonte: Goethe (2009).
Valores estabelecidos por Goethe:
Complementares
Quando falamos em efeitos volumétricos num desenho, estamos referindo-nos à luz e à sombra a serem representados.
O sombreado deve ser gradativo e suave, acumulando-o uns aos outros e, consequentemente, escurecendo os valores tonais.
Segundo Roig (2014), o volume é o que diferencia os diversos objetos que estão ao nosso redor. Esses objetos recebem a luz de diferentes formas, intensidades e posições.
Não somente a intensidade do traço define a representação do volume dos corpos, mas também a direção a que esse traço é dada. Cada objeto possui uma característica peculiar, a qual deve ser passada pelas linhas desenhadas, configurando sua textura.
Os sombreados e os traços, acima de tudo, tendem a representar a forma natural das coisas e sua “rotundidade”, como diz Roig (2014), referindo-se às mais variadas curvas existentes.
A melhor maneira de compreender o princípio de representar o volume com a direção do traço é fazer anotações da paisagem, adequando o traço a cada superfície.
Fonte: Roig (2014).
Há que se dizer também sobre a direção que as linhas deverão ter a cada momento. Os traços se diferem para cada superfície, por exemplo: as figuras humanas se diferem por meio de traços cilíndricos; nas vegetações, há um simples traço na vertical; as superfícies planas, o traço será reto; e assim por diante.
Também é importante levar em consideração que o agrupamento desses traços ou sua dispersão expressa luz e sombra, bem como a textura própria do objeto (ROIG, 2014).
É imprescindível, para o entendimento do desenho, ter conhecimento acerca das cores que o compõem, tanto para a representação artística quanto impressa. Um outro item de extrema importância é obter o conhecimento da nomenclatura utilizada para cada tonalidade e contraste.
Como visto, há inúmeras possibilidades de combinação de diversas cores para fazer a composição de imagens, sendo que devem ser levadas em consideração as tonalidades e incidências de luz e brilho nas cores, para representação de volumes.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
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