Anteriormente foi discutido que desenvolver um desenho depende de uma grande questão visual. Nesse sentido, a presente aula abordará os conceitos de perspectiva e as técnicas para a sua elaboração. Vale salientar que a perspectiva é uma das principais formas de representação das concepções arquitetônicas, uma vez que apresenta três dimensões e permite que o desenho fique mais real para os observadores leigos. De modo geral, a impressão que temos em relação ao entendimento de um volume real acontece por meio de um dispositivo mental denominado “constância da forma”. É por intermédio dele, por exemplo, que entendemos que uma mesa é redonda, mesmo ela apresentando uma forma elíptica em uma vista perspectivada.
Ao final desta aula, você será capaz de:
A perspectiva é um mecanismo que permite ao arquiteto criar uma ilusão de profundidade em uma superfície plana, ou seja, construir uma imagem tridimensional em uma superfície bidimensional como o papel. Para o desenvolvimento de um desenho realístico, como uma casa, uma caixa ou uma paisagem, precisamos utilizar as técnicas da perspectiva em nosso desenho.
Segundo Jéssica Ragonha (2014, p. 3), no ato de projetar, o profissional tem à sua disposição uma série de meios diferentes para transmitir a ideia e, assim, representar seu projeto. Desenhos, maquete física e maquete digital fazem parte do processo de diálogo arquitetônico.
Cabe ao profissional saber em qual momento utilizar cada ferramenta, percebendo até que ponto a representação utilizada é suficiente (RAGONHA, 2014, p. 3). Assim, quando diante de uma insuficiência de representação, o projetista pode partir para outros métodos, tornando claras todas as informações necessárias, enfatiza Ragonha (2014).
Os meios de representação são maneiras de exteriorizar as ideias do design e do arquiteto, transpondo‐as ao papel. O desenho permite transformar um projeto mental em projeto gráfico num processo imediato e espontâneo. O desenho à mão livre compreende a percepção daquele que desenha, evidenciando ou minimizando alguns aspectos daquilo que é desenhado. De acordo com Vizioli, Castral e Lancha (2010):
[...] além da função documental, os desenhos servem também como instrumento de interpretação, análise e compreensão de determinadas obras ou elementos, espaços e lugares. A representação gráfica extrapola o simples registro mecânico, é resultado de sensações, percepções e olhares críticos. O desenho pode permitir uma compreensão mais dilatada e reflexiva sobre o território, a paisagem, a cidade e a arquitetura. (LANCHA; VIZIOLI; CASTRAL, 2010, p. 46).
O croqui (ou esboço) é um registro fundamental para o processo de projeto. Através de um traço rápido, como materialização do gesto daquele que desenha, expressa as diversas ideias do arquiteto e permite a ele dialogar e discutir com o próprio projeto (RAGONHA, 2014, p. 3).
Jéssica Ragonha (2014) destaca ainda que o esboço faz parte do processo criativo e materializa o desenvolvimento do pensamento mostrando suas alterações. O croqui, como estudo inicial, é um desenho ainda pouco definido, mas que vai adquirindo maior precisão até chegar ao desenho técnico.
O desenho de observação é um resultado das sensações daquele que desenha. Ele demanda certo tempo para se perceber o espaço e permite uma relação única com ele, o que não se faz presente na fotografia. Envolve a percepção das relações entre os elementos que compõem o espaço, com olhar atento às suas proporções e escalas. O desenho técnico, por sua vez, é aquele mais rígido, que demanda maior quantidade de instrumentos e geometria. Ele se afasta da percepção e traz consigo maior precisão, com uma linguagem única e específica que permite sua compreensão universal.
A maquete física também possibilita a tradução das ideias, porém de modo espacial, mas nem sempre é um processo imediato. Atua como importante ferramenta de projeto e, da mesma forma que o desenho, pode ser utilizada tanto em uma etapa inicial de estudos quanto para representar a ideia já consolidada.
Com o desenvolvimento tecnológico, os computadores vêm ganhando cada vez mais espaço, trazendo novas maneiras de se projetar. Tais ferramentas constituem softwares cada vez mais avançados que permitem visualizar de várias maneiras o ambiente a ser construído. Possibilitam maior rapidez no processo, maior precisão e também a construção de superfícies mais complexas. Entretanto, os processos digitais não trazem o contato permitido pelo desenho à mão livre nem o traço gestual com a percepção daquele que desenha. Além disso, correspondem a meios que não permitem um processo imediato, mas sim organizado em etapas de execução.
Cada meio de representação tem sua importância no processo de projeto (RAGONHA, 2014, p. 5). Atualmente, muitas vezes o desenho à mão e até mesmo a modelagem física acabam sendo substituídos pelos meios digitais. Embora as ferramentas tecnológicas tragam importantes avanços ao processo de projeto, com essa substituição, perde‐se o emprego de meios essenciais no processo criativo arquitetônico e de expressão de ideias e pensamentos. Jéssica Ragonha (2014, p. 5) explica:
Tanto o desenho quanto a maquete física correspondem a ferramentas muito importantes na análise e leitura dos projetos, incorporando o processo como um todo, cada parte do pensamento do autor, suas hesitações, incertezas e preferências que caminham até a decisão final do projeto.
André Gonzaga Falcão (2015) relata o desenho como instrumento de análise e observação das formas naturais e das formas criadas pelo homem, desenho artístico, a conscientização das relações figura-espaço, estímulo à livre expressão, desenho de observação à mão livre, croquis, noções de perspectiva, composição, proporção, volume, texturas e sombras e luz. Dentre outras disciplinas, como por exemplo, geometria descritiva, que envolve o desenho em outro tipo de abordagem, sistemas de coordenadas cartesianas, descrição de objetos por coordenadas, projeções ortogonais, ponto, reta, plano e rebatimentos. O conhecimento adquirido nestas disciplinas do segundo tipo permitirá ao aluno uma compreensão mais ampla do que é o desenho e de como ele pode ser uma ferramenta poderosa para o exercício da profissão.
Segundo Ribas et al. (2006, p. 89), a mentalização de formas e espaços de maneira tridimensional constitui uma capacidade peculiar e complexa que não só requer a utilização de memórias visuais, como também requer a capacidade de interagi-las dinamicamente de maneira abstrata. Esta capacidade mental constitui um atributo não linguístico de fundamental importância para atividades que requerem diferentes formas de navegação e/ou elaboração de projetos que envolvam dispor elementos no espaço em geral.
Segundo Gildo Montenegro em seu livro A perspectiva dos profissionais, a perspectiva mostra as coisas como nós as vemos, com três dimensões; ela mostra os objetos como eles aparecem à nossa vista. A perspectiva dá a visão de conjunto ou global do objeto, numa visão mais próxima da realidade (MONTENEGRO, 1983, p 32). No âmbito profissional, a maioria das pessoas usa a perspectiva como meio de representação gráfica, sejam eles desenhadores, arquitetos, urbanistas, designers de interiores, programadores visuais, desenhadores industriais, publicitários, cenaristas, pintores e outros profissionais (FALCÃO, 2015, p. 12).
Quando se olha para um objeto, tem-se a sensação de profundidade e relevo. As partes que estão mais próximas de nós parecem maiores e as partes mais distantes parecem ser menores. A fotografia mostra um objeto do mesmo modo como ele é visto pelo olho humano, pois transmite a ideia de três dimensões: comprimento, largura e altura (LUZZI, 2014, p.12).
O desenho, para transmitir essa ideia, precisa recorrer a um modo especial de representação gráfica: a perspectiva.
Ela (a perspectiva) representa graficamente as três dimensões de um objeto em um único plano, de maneira a transmitir a ideia de profundidade e relevo. (EEEMBA, 2011, p. 55).
A perspectiva isométrica é feita a partir de três semirretas posicionadas como exposto na Figura 3. Além disso, “[...] A perspectiva isométrica é uma perspectiva onde a projeção ortogonal é feita sobre um plano perpendicular à diagonal de um cubo, onde as arestas são paralelas aos três eixos principais. Para construí-la, basta adotar uma única escala para os três eixos.” (BARISON, 2005, p. 125).
Segundo Barison (2005), “[...] a perspectiva cavaleira é uma projeção que pressupõe o observador no infinito e, em consequência, utiliza os raios paralelos e oblíquos ao plano do quadro. Esta perspectiva torna uma das três faces do triedro como plano do quadro. Na perspectiva cavaleira, a face da frente conserva a sua forma e as suas dimensões, a face de fuga (eixo x) é a única a ser reduzida.” (LUZZI, 2014, p.12).
Segundo Miceli (2009, p. 46):
Para proporcionar uma forma agradável e reconhecível ao objeto, usa-se um coeficiente de alteração ou redução no eixo das larguras que varia de acordo com seu ângulo de inclinação, que pode ser de 30º, 45º ou 60º. Na prática, a inclinação de 45º é mais usada devido à facilidade de execução.
“As propriedades da forma são afetadas pelas condições de observação: uma forma pode ter formatos distintos conforme nosso ângulo de visão; o tamanho aparente da forma é afetado pela distância de observação; o campo visual circundante influencia a identificação da forma.” (CHING, 2002 p. 157).
Compreender a perspectiva por completo depende muito da sua percepção e assimilação do que é entendimento da teoria da perspectiva, a famosa teoria do ponto de fuga. No desenho de um cubo, encontramos três tipos de linhas: verticais, horizontais e diagonais.
É o elemento da construção em perspectiva que representa o nível dos olhos do observador
É o ponto localizado na linha do horizonte, para onde todas as linhas paralelas ou linhas de fuga convergem, quando vistas em perspectiva
São as linhas imaginárias que descrevem o efeito da perspectiva convergindo para o ponto de fuga (linhas convergentes pontilhadas). É o afunilamento dessas linhas em direção ao ponto que geram a sensação visual de profundidade das faces em escorço dos objetos em perspectiva.
Representação tridimensional de um objeto.
“O Renascimento denominado primitivo foi desenvolvido durante o século XV, caracterizado pelo advento da perspectiva e pela utilização criativa dos detalhes clássicos.” (CHING, 2010, p. 39).
Compreendemos que este desenho (Figura 1) é de um cubo tridimensional com seis lados, porque foi elaborado e desenhado em perspectiva. O desenho, porém, é plano, embora nossa linha central (A) aparenta estar à frente das linhas (B e C), gerando um afastamento em nossa visão. Note que as linhas diagonais nos transmitem essa sensação de profundidade no desenho. A profundidade é caracterizada principalmente pelas variações de imagens retilíneas, provocando uma percepção de profundidade ou distância.
O desenho em perspectiva é dividido em quatro elementos fundamentais para sua perfeita execução e determina todo o contexto do desenho: linha do horizonte (LH), ponto de vista, ponto de fuga (PF) e linhas de fuga, conforme exemplificado na Figura 2.
Nas palavras de Gomes Filho (2009, p. 97), “[...] A perspectiva geralmente apresenta sucessões de figuras identificadas em elementos diversos, como linhas, planos, cores, texturas, brilhos, sombras, dentre outros, feita via fotografia ou desenho.”
Um plano estendido transforma-se num volume que, essencialmente, tem comprimento, largura e profundidade. Volume é definido por Gomes Filho (2009) como algo que se propaga em dimensões espaciais, podendo ser físico e pictórico. Físico é aquele cuja dimensão é palpável, que se pode pegar, a exemplo de um instrumento musical, um bloco de notas, objetos de decoração e uma pessoa, entre outros.
Planura e profundidade, as duas técnicas envolvem o processo de percepção por meio da perspectiva, ou seja, a planura seria a apresentação sem perspectiva, diferente da profundidade, por meio da qual podemos perceber a existência das dimensões.
A perspectiva pode criar ainda ilusões, indo se chocar com as definições tradicionais de seu uso, ou seja, define-se a perspectiva como a representação do que se vê ou se imagina ver (análogas), mas artistas e desenhadores encantados com ela e com seus processos que a utilizaram para criar um mundo irreal, definindo também a perspectiva como a ilusão do olhar. Poder-se-á definir como sendo imagens de sonhos ou fantasias. Neste ponto entra-se num mundo de imagens fora do mundo considerado real, um mundo imaginário, criado pelo próprio homem, de acordo com sua emoção e descrevendo o espaço ilusório, onde a interpretação do observador é dificultada em função dos seus próprios padrões assentados nas definições do que é real e que se deve conceber suas formas segundo tais padrões. Quando um exercício mais profundo da percepção do espaço é proposto, define-se como anomalias por não se ter capacidade de compreender. (COSTA, 2007, p. 4).
Já o volume pictórico, é aquele cuja solidez tridimensional é desenvolvida pela criação de uma imagem, seja um desenho, ilustração ou pintura, no emprego de técnicas de luz e sombra, brilho, textura e cores, de forma a representar e ressaltar volumes e partes do objeto.
"As imagens fabricadas imitam mais ou menos corretamente um modelo [...] Sua função principal é imitar com tanta perfeição que podem se tornar "virtuais" e provocar a ilusão da própria realidade sem serem reais. São análogas perfeitos do real. "Ícones" perfeitos." (JOLY, 1996, p. 39).
O primeiro passo que devemos realizar para desenvolver um desenho em perspectiva é localizar e posicionar a linha do horizonte (LH) no desenho. Trata-se de uma linha imaginária dividindo nosso plano horizontal que se localiza exatamente na altura de nossos olhos. O posicionamento do horizonte corresponderá ao nosso enquadramento e auxiliará no desenvolvimento do nosso desenho em perspectiva.
Em uma paisagem, é a linha do horizonte (LH) que separa o céu e a Terra. Vista ao longe, ela risca horizontalmente o nível do mar (Figura 3). O segundo elemento da nossa perspectiva é nosso ponto de vista (PV), ou seja, nosso posicionamento visual referente à paisagem desenhada, buscando uma posição mais adequada para a reprodução gráfica em perspectiva.
Na representação gráfica da perspectiva, é comum o ponto de vista (PV) ser identificado por uma linha vertical perpendicular à linha do horizonte. O ponto de vista revela-se precisamente no cruzamento dessas duas linhas.
Independentemente da configuração de um edifício, o certo é que não conseguimos uma compreensão total e imediata da sua forma volumétrica, isso porque nossa percepção sobre o volume arquitetônico é parcial e distorcida em virtude das deformações impostas pelas vistas em perspectiva (COLIN, 2000).
À medida que nos afastamos da paisagem, ela diminui sua proporção, sendo que, do mesmo modo, a aproximação resulta em um aumento de proporção e detalhamento visual do objeto ou da paisagem desenhada.
“Tudo que se deve fazer é traçar linhas para esse ponto a partir de qualquer parte da superfície do objeto. Aquelas que estão por trás de um corpo opaco ficarão escondidas, as que tiverem passagem livre serão vistas. Além disso, o fato de enxergarmos só ao longo de linhas retas basta para explicar a diminuição do tamanho à distância.” (GOMBRICH, 1995, p.264).
Ponto de Fuga e Linhas de Fuga
Na perspectiva, o principal embasamento é a percepção da progressiva diminuição visual da paisagem ou do objeto à medida que distanciamos nosso olhar. Quando linhas paralelas se afastam da nossa visão, resulta em uma distância entre elas que vai diminuindo progressivamente até seu encontro num ponto focal; este ponto é interpretado e conhecido como ponto de fuga (PF). Para nossa maior compreensão e entendimento, este fenômeno acontece quando nos posicionamos em frente a uma linha de trilhos de uma ferrovia e observamos seu afastamento e eventual encontro em um ponto de fuga (PF), na linha do horizonte (LH), conforme Figura 5.
O ponto de fuga (PF) é localizado e situado na linha do horizonte (LH), para onde todas as linhas paralelas convergem, quando vistas em perspectiva. Em nosso cotidiano, observamos e convivemos com inúmeras paisagens. Um bom exercício prático é buscar e extrair os elementos da perspectiva a olho nu, como forma de aperfeiçoamento visual.
“Para compreender um elemento, depois que fixamos a sua forma, não estamos mais subordinados à visão para identificá-lo. Isso caracteriza a constância: o modo pelo qual objetos vistos por diferentes ângulos e distâncias podem ser percebidos com a mesma forma, mesma cor e mesmo tamanho.” (COLLARO E COLLARO, 2014, p 27).
Segundo Piyasena (2015), em algumas perspectivas, trabalhamos com dois pontos de fuga (PF) ou mais pontos. Estes são pontos sobre a linha do horizonte (LH), nos quais as linhas paralelas afastadas se encontram. Em algumas situações, o ponto de fuga pode se apresentar fora da linha do horizonte assim como do ponto de vista.
Quando as linhas paralelas (linhas de fuga) se afastam do olhar, a distância entre elas diminui progressivamente e converge para um ponto, conhecido como ponto de fuga (PF), dando a sensação de profundidade. O uso desses processos construtivos em perceptiva permite a elaboração de desenhos de objetos enquadrados em ambientes-paisagem.
A primeira e mais simples das perspectivas é a paralela, ou mais conhecida como perspectiva de um ponto de fuga. Ela é utilizada quando uma paisagem ou um objeto apresenta um lado frontal – com isso, as linhas de fuga fluem para um único ponto de fuga (PF). Executar um desenho de um cubo é a forma mais produtiva e eficaz para desenvolver e compreender a perspectiva. A partir do cubo, podemos criar novas formas geométricas em perspectiva.
“O Ponto de Fuga (PF) é a direção para onde as linhas do objeto se convergem, encontrando-se na linha do horizonte, segundo um observador num dado momento.” (COLLIN, 2000, p. 84)
Partiremos de uma linha do horizonte (LH) e, após, em qualquer elemento geométrico simples, devemos desenhar primeiramente a sua face frontal. Em seguida, realizamos a unificação das linhas de fuga até seu ponto de fuga (PF), situado na linha do horizonte (LH) (vide Figura 7). Marcamos a profundidade com traços verticais e horizontais menores, delimitados pelas linhas de fuga, definindo o perfil posterior do cubo.
O embasamento da perspectiva com dois pontos de fuga é bem similar à perspectiva paralela, mas com uma diferença no resultado final. A sensação de profundidade obtida com a perspectiva de dois pontos de fuga é muito maior do que com a perspectiva de um ponto de fuga.
“Os sinais visuais captados pela percepção têm de ser transformados em entidades estruturadas e significantes, criando um espaço pictórico que permita ao Homem orientar-se e organizar o seu meio ambiente.” (DA COSTA, 2003, p. 21).
Segundo Roig (2014), na perspectiva oblíqua, nosso primeiro passo é situar a linha do horizonte (LH). Em seguida, desenhamos a face mais visível do objeto geométrico. Depois pontuamos dois pontos de fuga na linha do horizonte, a partir dos quais nascerão linhas de fuga que se cruzam, delimitando a forma volumétrica do objeto.
A perspectiva com dois pontos de fuga é muito utilizada e apropriada para elaboração de desenhos, croquis, estudos de volumetria e de formas de uma edificação.
A perspectiva inversa, também chamada de perspectiva reversa, é uma maneira de traçar um desenho em que as linhas de perspectiva se separam no horizonte ao invés de se encontrarem, como na perspectiva linear. Os pontos de fuga são posicionados do lado de fora do desenho, dando a impressão de que eles estão surgindo da frente do desenho em direção ao observador (PIYASENA, 2015, p. 64).
As perspectivas, de modo geral, são ferramentas de fundamental importância na prática profissional tanto na concepção inicial do projeto, como forma de discussão e desenvolvimento das soluções em projetos, quanto como ferramenta de apresentação da sua criação, sendo esta essencial para apresentar não só ao cliente, como também aos profissionais envolvidos na execução dos serviços pertinentes ao seu trabalho.
O desenho em perspectiva, como pôde ser visto nesta aula, constitui uma função primordial no que diz respeito às expressões gráficas e visuais. Esse fato ocorre, principalmente, porque a representação tridimensional contribui para o melhor entendimento dos espaços e objetos projetados.
Além de ser fonte de representação, o desenho em perspectiva estimula a criatividade e desenvolve atividades nas quais desempenha o ponto de partida de todo projeto. Esta função de destaque está nas obras de arte: como pinturas de objetos e paisagens, representados pelo desenho de observação e pelo desenho de memória, adquirido ao longo das experiências vividas por cada indivíduo e que fica no inconsciente, constituindo um banco de dados primordial para desenvolvimento da criatividade.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
Proposta de leitura do artigo: O desenho em perspectiva na representação do real e do imaginário.
Disponível em: <http://www.exatas.ufpr.br/portal/docs_degraf/artigos_graphica/DESENHODEPERSPECTIVAEHISTORIA.pdf>. Acesso em: 7 maio 2019.
Este artigo apresenta uma metodologia de ensino da disciplina Perspectiva e Sombra da UFPE, que busca conciliar dois pontos importantes do ensino da Arquitetura e Urbanismo - as formas de apreensão dos métodos gráficos da perspectiva e a busca da interdisciplinaridade. Alguns discursos sobre o ensino do desenho nos cursos superiores de Arquitetura e Urbanismo são implementados dando ênfase ao uso da perspectiva ao longo dos anos e ressaltando a importância desse conhecimento no processo de projetar. Por fim, é descrita a experiência feita na disciplina de Perspectiva e Sombra, que busca integrar conteúdos próprios da disciplina e da história da arquitetura.
Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai - IDEAU, no período de janeiro a julho de 2011, desenvolveu um estudo direcionado ao olhar do desenho como a primeira forma de expressão gráfica infantil, que se constitui uma linguagem universal presente em todas as culturas desde os tempos antigos. Ao desenhar, a criança deixa marcas no papel e registra seus pensamentos e sentimentos. A produção criadora envolve o pensamento, a criatividade, a imaginação e os sonhos. Através do desenho, a criança representa objetos significativos sejam reais ou imaginados. O desenho infantil passa por etapas conforme a criança se desenvolve. A evolução gráfica se relaciona à maturação da percepção motora e cerebral além de envolver mecanismos biológicos e sensoriais.
Disponível em: <https://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/149_1.pdf>. Acesso em: 7 maio 2019.
A perspectiva é um sistema matemático que permite criar a ilusão de espaço e distância numa superfície plana. Neste pequeno vídeo que segue, podemos ver o funcionamento de uma projeção que resulta numa perspectiva e nela se mostram os elementos que a definem (plano de quadro, linha do horizonte, ponto de fuga, observador).
Numa perspectiva simples ou com um ponto de fuga, todas as linhas de um objeto ou do desenho apontam a um ponto colocado na linha do horizonte. Neste caso, o observador está situado por cima da linha do horizonte.
Este vídeo mostra um desenho completo em perspectiva utilizando um ponto de fuga, explicando todo o passo a passo do processo.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=VLVK-fjt5Ks>. Acesso em: 7 maio 2019.
Aula Concluída!
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