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Notas

Aula 02


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Introdução

Como visto até aqui, o desenho é uma interpretação gráfica da realidade. Assim, conhecer e dominar os materiais empregados e elementos necessários para desenhar é indispensável.

Existe uma grande diversidade de materiais que podem ser empregados na elaboração de desenhos. Nesta aula, vamos conhecer alguns desses materiais, aqueles que são mais utilizados na representação de sombras e efeitos realísticos. Desenhos realísticos não são somente feitos de traços. Estes traços, neste tipo de representação, são utilizados para limitar as manchas, as quais possuem valores tonais de tons de cinza ou de cores aplicados de acordo com a luz.

O domínio das técnicas tonais e sombreamento não depende somente da habilidade manual, é necessário também observar e pensar de modo diferente, o que consiste em perceber como a luz interage com os corpos e proporciona um espetáculo de manchas e nuances sutis harmoniosamente.

Ao final desta aula, você será capaz de:

  • conhecer os principais materiais utilizados na elaboração de desenhos sombreados;
  • conhecer técnicas tonais;
  • entender como tons de cores proporcionam percepção e realismo ao desenho.
Fonte: Kaspars Grinvalds / 123RF.

Conhecimento dos Materiais

O processo criativo por meio do desenho passa, primeiramente, pelo conhecimento dos materiais e instrumentos básicos para a execução dos trabalhos. A princípio, o uso do lápis e do papel, combinado com técnicas de representação visual, a prática e o acúmulo de experiências ao longo do tempo vão resultar na realização de um desenho ideal.

SAIBA MAIS

“Os desenhos de apresentação, assim como os desenhos técnicos, adquirem importante papel social, por meio da linguagem e comunicação por eles geradas, tão essenciais para a projetação.” (GOÈS, 2008, p. 7).

Seguem alguns materiais:

Papel

A maioria dos papéis é fabricada com polpas de fibras e água. De acordo com o tipo de papel e da sua aplicabilidade, são acrescentados alguns componentes à sua estrutura. Em geral, os papéis apresentam duas características principais.

  • Invisíveis: tipos de fibras, ph, colagem e umidade.
  • Visíveis: peso, formato, cor e textura:
    - o peso é identificado através de sua gramatura, definido em gramas que variam entre 50 a 350 g;
    - o formato é responsável pelo melhor aproveitamento do papel;
    - a cor do papel tem o seu grau de alvura e opacidade, determinando sua aplicação;
    - a textura do papel é uma característica superficial. Podem ser lisos, texturados, telados, calandrados, etc. Esta característica varia de acordo tanto por sua gramatura quanto pelo seu grau de rigidez.

Os papéis mais utilizados para desenho são o papel sulfite e o papel kraft. O papel sulfite A4, de gramatura de 90g, é o mais indicado para desenhos ou esboços, pois a superfície porosa costuma absorver bem o grafite do lápis, do carvão e do giz pastel.

Figura 1 – Papel Sulfite
Fonte: Deeaf / 123RF.

Já o papel kraft, com sua coloração parda devido à ausência de ácidos e agentes branqueadores, também é bastante utilizado para desenho, apesar de sua principal utilização ser em embalagens, pois apresenta maior durabilidade em relação ao sulfite, por exemplo.

Tipos Aplicações
Cartões perfurados Cartões para computação de dados.
Branco Papéis brancos de escritório, manuscritos, impressos, cadernos usados sem capas.
Kraft Sacos de papel para cimento, sacos de papel de pão.
Jornais Jornais.
Cartolina Cartão e cartolina.
Ondulado Caixa de papelão ondulado.
Revistas Revistas.
Misto Papéis mistos usados de escritórios, gráficas, lojas comerciais, residências.
Tipografia Aparas de gráficas e tipografias.

Quadro 1 – Tipos de papel e aplicações
Fonte: Recicloteca (2019, on-line).

Lápis

O lápis é ferramenta fundamental para o ato de desenhar. Diferentes intensidades de traço a lápis são possíveis devido à diferença de dureza dos grafites.

Figura 2 – Uso do lápis para desenhar
Fonte: Sergey Mironov / 123RF.

Os grafites mais utilizados são os grafites macios: estes variam do H até as gamas mais altas de B. Procure trabalhar com lápis de três gramaturas diferentes: 2H, HB e 2B.

●   Lápis H: nesta graduação, o grafite é mais duro. O H vem de hard, do inglês, que quer dizer duro.
●   Lápis B: nesta graduação, o grafite é mais macio; o B vem de black, preto, pois o grafite, por ser mais macio, deixa o traço mais escuro.
Nesses dois casos, o número que segue a letra, por exemplo, 2H ou 2B, corresponde ao índice diferenciador do grau da dureza ou maciez do grafite do lápis. Assim, quanto maior a numeração anterior à letra, maior a dureza do grafite, ou seja, o traço será fino; se for necessário, o desenhista exercerá mais esforço para fazer o traço. Nos casos de lápis que apresentam a letra B anterior ao número, quanto maior, mais macio será o grafite. Para os lápis que apresentam a letra B, quanto maior o número ao lado do B, mais macio é o grafite.
●   Lápis F: do inglês for fine point, apresenta um grafite que permite manter a ponta do lápis fina por mais tempo.
●   Lápis HB: vem de hard/brand, dureza média; é o lápis normalmente usado para escrita (ALMEIDA, 2005, p. 5).
Figura 3 – Graduações básicas dos grafites
Fonte: Rafael Torres Castaño / 123RF.

SAIBA MAIS

“[...] o homem sempre desenhou. Sempre deixou registros gráficos, índices de sua existência, comunicados íntimos destinados à posterioridade.” (DERDYK, 1993, p.10).

Borracha

A borracha é um instrumento para correção de traços feitos a lápis. Uma borracha, para desempenhar seu papel com êxito, deve ser de qualidade. Antes de adquirir uma borracha, é importante fazer alguns testes para verificar se vai apagar o desenho sem borrar. Segue alguns tipos de borrachas:

  • Borracha plástica branca: é excelente para apagar, não mancha o papel, deixa poucos resíduos e é fácil de limpar. Esta borracha é embalada com um invólucro de plástico de celofane.
  • Borracha branca ou verde: borracha comum e macia, muito utilizada para apagar grafite sem marcar o papel; tem preço competitivo e é de boa qualidade.
Figura 4 – Borracha plástica ideal para desenhos, pois não mancha o papel
Fonte: Simplewitz / 123RF.

Vimos até aqui os mais diversos elementos que compreendem o processo de visualidade, ou seja, a forma como enxergamos o mundo ao nosso redor. Dentre os verbos que norteiam o processo de percepção visual, podemos destacar: perceber, compreender, contemplar, observar, descobrir, reconhecer, visualizar, examinar, ler e olhar.

Todos esses indicam o processo de entendimento e a relação entre homem e objeto no que diz respeito à leitura de imagem.

O processo de percepção e compreensão da forma como objeto e, posterior a isso, o da forma com significado surge quando ainda somos crianças.

SAIBA MAIS

Para nós, adultos, o desenho infantil “[...] é como uma janela aberta para uma ‘terra incógnita’, um continente perdido, onde moramos há muito tempo, e que é o domínio de seres muito enigmáticos: as crianças. De nosso lugar de adulto, o que vemos por essa janela [...]” (ARFOUILLOUX, 1988, p.128).

Os primeiros estímulos de um bebê, por exemplo, envolvem o desenvolvimento dos sentidos, e esse processo evolui até o momento em que entendemos determinada leitura visual por meio de simbolismos, o que permite fazer, então, associações entre o objeto e seu possível significado simbólico. Portanto, o desenvolvimento dos sentidos é crucial para o entendimento mais complexo que envolve o simbolismo das imagens por meio da leitura visual dos objetos.

O processo se inicia com a visão, com o observar o mundo ao redor. Depois, temos o tato, pois a criança aprende ao tocar nos elementos visuais que lhe chamam a atenção ao seu redor. Olfato, audição e paladar vêm logo em seguida e se desenvolvem juntamente com os outros dois sentidos. Assim, o processo de comunicação é iniciado e cada sentido, com seu papel ou função, é parte importante nesse processo. Quem não se lembra do cheiro de uma determinada loja, ou da comida preferida? Quem não associa determinado sabor à determinada lembrança? Quem não deixa de comprar um produto porque a cor não agrada, sem nem mesmo saber o motivo? Por fim, podemos, com propriedade, citar a famosa frase: “Nós, brasileiros, temos que ver com as mãos.”

Tais situações se relacionam com o processo de comunicação e se referem à relação entre homem e objeto. Todos esses elementos são assimilados por nós e, depois de processados, unem-se ao simbolismo presente em nossa memória, na qual as associações são feitas, e o resultado é a preferência ou a aversão diante da situação imposta.

No decorrer da nossa vida, o cérebro cria um arquivo magnífico de imagens e, por meio de estímulos nervosos, faz as relações entre imagens, aromas, falas, texturas, sabores, sons e o que todos esses elementos representam, ou seja, atribui-lhes significado.

SAIBA MAIS

“Em nossa busca de alfabetismo visual, devemos nos preocupar com cada uma das áreas de análise e definição anteriormente mencionadas; as forças estruturais que existem funcionalmente na relação interativa entre os estímulos visuais e o organismo humano; o caráter dos elementos visuais; e o poder de configuração das técnicas.

Além disso, as soluções visuais devem ser regidas pela postura e pelo significado pretendidos, através do estilo pessoal e cultural. Devemos, finalmente, considerar o meio em si, cujo caráter e cujas limitações irão reger os métodos de solução.” (DONDIS, 2000, p. 25).

Quanto maior o repertório imagético do indivíduo, mais combinações serão feitas pelo cérebro e maior será a sua bagagem.

O processo de percepção visual da forma ou da imagem dá-se pelas diversas combinações, e é uma constante crescente no que diz respeito à formação desse repertório. Assim, quanto mais informações temos, mais associações fazemos e maior se torna a nossa possibilidade criativa, ou seja, com um vasto repertório imagético, o ser humano é capaz de criar mentalmente inúmeras variações de resolução para um determinado problema.

A compreensão acerca do processo de percepção da imagem deve-se, em grande parte, à arte, pois o ato de se expressar por meio da pintura principalmente levou a humanidade a sempre buscar referências e padrões e, posteriormente, pensar no design como processo de transformação do abstrato em real, a fim de facilitar a vida dos usuários. Assim, por meio das referências artísticas e dos elementos figurativos, abstratos ou simbólicos que são expressos nas criações, podemos observar a aplicação dos elementos básicos da linguagem visual – o ponto, a linha e o plano – que se unem e se transformam em composições visuais carregadas de significado e simbolismo.

Cada um desses modos de representação também resulta em gostos e percepções diferentes por parte do observador, o que ocasiona a variação do grau de complexidade da obra em função de sua semelhança com o mundo real. O fato de serem idênticas à realidade explica porque grande parte do público prefere as obras figurativas em vez das obras abstratas por exemplo. (VAZ; SILVA, 2016, p. 23).

SAIBA MAIS

“[...] um jogo que não exige companheiros, onde a criança é dona de suas próprias regras. Nesse jogo solitário, ela vai aprender a estar só, “aprender a só ser”. O desenho é o palco de suas encenações, a construção de seu universo particular.” (DERDYK, 1993, p.10).

A tendência que o homem tem de realizar combinações visuais simétricas, organizadas e padronizadas é fruto do processo neurológico que visa uma rápida percepção e assimilação da imagem observada. Assim, com um estímulo visual de fácil compreensão, a resposta do cérebro é mais rápida e as associações e combinações feitas por ele para trazer o significado ao elemento visual percebido ocorrem de maneira rápida e eficiente.

Praticamente tudo o que os nossos olhos veem é comunicação visual; uma nuvem, uma flor, um desenho técnico, um sapato, um cartaz, uma libélula, uma bandeira. Imagens que, como todas as outras, têm valor diferente segundo o contexto em que estão inseridas, dando informações diferentes. No entanto, entre todas essas mensagens que passam através dos nossos olhos, é possível fazer pelo menos duas distinções: a comunicação pode ser casual ou intencional: Comunicação Visual Casual: é a nuvem que passa no céu, não certamente com a intenção de nos advertir de que está para chegar um temporal. Comunicação Intencional: é, pelo contrário, a série de nuvenzinhas de fumaça que os índios faziam para comunicar, através de um código preciso, uma informação precisa. (MUNARI, 2001, p. 65).

SAIBA MAIS

“[...] precisamos primeiramente arranjar um passaporte. Este passaporte seria a nossa própria vivência da linguagem: o ato de desenhar.” (DERDYK, 1993, p.49).

Para compor um projeto de Design, além dos elementos básicos de estruturação da forma e de comunicação visual, o profissional pode, ainda, trabalhar o estilo do produto vinculado aos mais diversos elementos ou movimentos artísticos da história.

Vejamos alguns desses estilos e qual simbolismo transmite a associação do estilo com a sua representação por meio da composição visual do objeto.

Régua e Compasso: Breve Histórico

Segundo Zuin (2001), o Desenho Geométrico, ou Construções Geométricas, desde a Grécia Antiga, principalmente com Euclides em seu livro Elementos, trouxe grandes contribuições para a Matemática de diversos povos. Na Idade Média, as construções geométricas eram utilizadas pelo clero (religiosos) e por profissionais, como artesãos, mecânicos, carpinteiros, entre outros (SANTOS, 2017, p.28).

Na Grécia Antiga, os instrumentos geométricos régua e compasso eram utilizados na maioria dos problemas que envolviam construções. Grandes filósofos, como Euclides, Galileu Galilei e Arquimedes, utilizavam os instrumentos de desenho para solucionar problemas de geometria, conforme Boyer (2003) e Eves (2004).

Santos (2017) destaca a régua e o compasso como instrumentos que foram utilizados muitas vezes por vários filósofos da Grécia Antiga na tentativa de solucionar problemas geométricos quase impossíveis de se chegar a um resultado concreto, problemas esses considerados clássicos por conta do alto nível de abstração. Os mais conhecidos são: a trissecção de ângulos, a quadratura de círculos e a duplicação do cubo. Segundo Contador (2008), Boyer (2003) e Eves (2004), o problema da trissecção de ângulos consistia na tentativa de construir um polígono de nove lados e trisseccionar a figura em um ângulo de 60º para obter um ângulo de 40º, que é exatamente o resultado da divisão de 360º por 9; a quadratura do círculo constituía-se na tentativa de obter um quadrado com mesma área de um círculo dado; e o problema da duplicação do cubo resumia-se em duplicar um cubo com volume igual de 1 𝑚3 para 2 𝑚3 (SANTOS, 2017, p.28).

Segundo Roque (2012) e Contador (2008), em relação à duplicação do cubo, existe uma lenda a qual relata que uma peste dizimava um quarto da população de Atenas. Os atenienses, aflitos com o acontecimento, consultaram o oráculo de Apolo, em Delos, para ver se encontrariam uma forma de acabar com a doença. O altar do oráculo tinha a forma de um cubo, e, para que os atenienses se livrassem da peste, eles teriam de duplicar o formato do altar; exigência feita pelo oráculo. A peste não foi afastada, pois, ao duplicar as dimensões do altar, o volume havia sido multiplicado por oito, e não por dois. Em consequência dessa lenda, criou-se o problema que descreve: dada a aresta de um cubo, construindo-se apenas com régua e compasso a aresta de outro cubo, seu volume será duplicado com relação ao primeiro (SANTOS, 2017, p.28).

Segundo Roque (2012, p.161), “[...] deve-se usar a régua e o compasso sempre que possível para simplificar a solução dos problemas de construção.” As construções com régua e compasso eram feitas não só para resolver problemas complexos, mas também para simplificar e demonstrar problemas de construção.

As construções geométricas no Renascimento eram bastante presentes nas artes, com a presença das proporções áureas nas obras de artistas como Leonardo da Vinci:

Em seus quadros, as figuras se inscrevem em formas geométricas definidas. Maneira de apropriação do conhecimento científico. [...] Com êle e os demais artistas do Renascimento, o desenho se impôs. Passou a ser linguagem da técnica e da arte. Lançaram as bases da técnica moderna. [...] No Renascimento, o desenho ganha cidadania. (ARTIGAS apud ZUIN, 2001, p.50).

No período do Renascimento, Galileu Galilei construiu um compasso chamado compasso geométrico e milimitar. O instrumento podia ser usado para realizar diversas operações matemáticas sem o uso de papel, pena ou ábaco (ROQUE, 2012, p. 162). Algumas das operações seriam calcular quantias de dinheiro com juros compostos, dividir um segmento de reta em cinco partes iguais e mudar a escala de um desenho. O compasso de Galileu possuía dois braços unidos de maneira similar a de um compasso comum, mas cada braço marcado com diversos tipos de graduações (SANTOS, 2017, p.28).

Pela eficiência que o compasso de Galileu atribuía em certas operações matemáticas, engenheiros militares passaram a o utilizar, conforme Boyer (2003).

O Desenho Geométrico

Na Revolução Industrial, na década de 1760, as construções geométricas exerciam influências consideráveis no desenvolvimento do setor industrial, “[...] o desenho passa a ser a base de todos os trabalhos mecânicos e se constitui um saber fundamental para o desenvolvimento da técnica.” (ZUIN, 2001, p.52).

Como o desenho geométrico está presente na sociedade desde a Antiguidade, não podemos deixar de relacionar com o ensino de geometria. Desta forma, “[...] estudando o desenho geométrico, podemos desenvolver algumas habilidades, como a organização, o raciocínio lógico, a abstração e a criatividade.” (LEONARDI; CANTELE, 1998, p. 3), pois, no momento em que se constrói uma figura geométrica, é importante que se tenha organização nas etapas de construção, raciocínio lógico para acompanhar as etapas, abstração e criatividade para que possa relacionar o que está sendo construído com as propriedades existentes (SANTOS, 2017, p.28).

Após a promulgação da Lei nº 5692/71 (BRASIL, 1971), a disciplina de desenho geométrico tornou-se obrigatória no ensino de Educação Artística, no entanto, deixou de ser obrigatória nas grades curriculares das escolas (ZUIN, 2001). Entretanto, após a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) em 1998, o ensino das construções geométricas voltou com novas preocupações, buscando melhorias no ensino de geometria. Como afirma Raymundo (2010, p. 38):

Nos PCN é salientada a grande importância do Desenho Geométrico no 1º e 2º ciclos do Ensino Fundamental, no qual se proporciona ao aluno condições de realizar atividades que priorizem o raciocínio, estabelecer relações, resolver situações problemas e construir conceitos geométricos. Com a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental (atuais 6º ao 9º ano), em 1998, demonstra-se novamente uma real preocupação com o ensino das construções geométricas neste nível de ensino.

Alguns conceitos de desenho geométrico podem ser considerados como instrumentos do desenho. Seguem, portanto, objetivos do pensamento geométrico expostos nos PCN, que visam ao desenvolvimento geométrico no 3º ciclo (atualmente 6º e 7º ano):

●   resolver situações-problema de localização e deslocamento de pontos no espaço, reconhecendo, nas noções de direção e sentido, de ângulo, de paralelismo e de perpendicularismo, elementos fundamentais para a constituição de sistemas de coordenadas cartesianas;
●   estabelecer relações entre figuras espaciais e suas representações planas, envolvendo a observação das figuras sob diferentes pontos de vista, construindo e interpretando suas representações;
●   resolver situações-problema que envolvam figuras geométricas planas, utilizando procedimentos de decomposição e composição, transformação, ampliação e redução (BRASIL, 1998, p. 64-65).

Para o 3º ciclo do Ensino Fundamental, na parte sobre Espaço e Forma, os PCN orientam conceitos e procedimentos a serem desenvolvidos, que são:

  • interpretação, a partir de situações-problema (leitura de plantas, croquis, mapas), da posição de pontos e de seus deslocamentos no plano, pelo estudo das representações em um sistema de coordenadas cartesianas;
  • distinção, em contextos variados, de figuras bidimensionais e tridimensionais, descrevendo algumas de suas características, estabelecendo relações entre elas e utilizando nomenclatura própria;
  • classificação de figuras tridimensionais e bidimensionais, segundo critérios diversos, como: corpos redondos e poliedros; poliedros regulares e não regulares; prismas, pirâmides e outros poliedros; círculos, polígonos e outras figuras; número de lados dos polígonos; eixos de simetria de um polígono; paralelismo de lados, medidas de ângulos e de lados;
  • composição e decomposição de figuras planas;
  • identificação de diferentes planificações de alguns poliedros;
  • transformação de uma figura no plano por meio de reflexões, translações e rotações e identificação de medidas que permanecem invariantes nessas transformações (medidas dos lados, dos ângulos, da superfície);
  • ampliação e redução de figuras planas segundo uma razão e identificação dos elementos que não se alteram (medidas de ângulos) e dos que se modificam (medidas dos lados, do perímetro e da área);
  • quantificação e estabelecimento de relações entre o número de vértices, faces e arestas de prismas e de pirâmides, da relação desse número com o polígono da base e identificação de algumas propriedades, que caracterizam cada um desses sólidos, em função desses números;
  • construção da noção de ângulo associada à ideia de mudança de direção e pelo seu reconhecimento em figuras planas;
  • verificação de que a soma dos ângulos internos de um triângulo é 180º. (BRASIL, 1998, p.72-73).

Fechamento

Por meio deste estudo foi possível entender cada um dos tipos de papel utilizados para representação e materializar pensamentos, sentimentos e mensagens através dos desenhos. Sabemos que essa composição não é causal e, por isso, o instrumental para a representação é fundamental.

O desenho geométrico, juntamente com todo o instrumental, faz-se necessário desde o aprendizado nas primeiras fases da alfabetização. Esses instrumentos facilitam o processo.

Nesta aula, você teve a oportunidade de:

  • conhecer alguns tipos de papel, e de que forma podem ser utilizados;
  • identificar o instrumental da representação gráfica;
  • aumentar o repertório sobre o conhecimento da representação por meio da geometria.

Vídeo

Para complementar o seu aprendizado, assista à videoaula a seguir:

Aula Concluída!

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